Para falarmos de vacinas, é preciso entendermos o que é imunidade e sistema imune. A imunidade significa proteção contra agentes infecciosos, e o sistema imune é composto por células e moléculas responsáveis por essa proteção. A resposta do sistema imune à entrada de substâncias estranhas em nosso organismo, se chama resposta imune. Porém, em certas situações, o nosso sistema imune responde a substâncias que são próprias do nosso corpo (que são as chamadas doenças autoimunes).

O nosso corpo tem duas maneiras de proteção, são elas a imunidade inata e a imunidade adaptativa. A imunidade inata, também conhecida como imunidade natural, é a primeira linha de defesa contra micro-organismos, seus mecanismos de defesa já estão em vigor mesmo antes de uma infecção e fornecem e defesa inicial contra elas. Porém, ela não tem tanta diversidade de respostas imunes e não guardam memória dos microorganismos que entram em contato.

Já a imunidade adaptativa, também conhecida como imunidade adquirida, é uma imunidade que se desenvolve para a infecção e se adapta a ela. Umas das principais características da imunidade adaptativa é a especificidade, que é a habilidade de distinguir diferentes micro-organismos. Sua segunda principal característica é a memória, que é conseguir responder a várias exposições ao mesmo micro-organismo. Como componentes da imunidade adaptativa, temos células denominadas linfócitos e seus produtos secretados, conhecidos como anticorpos. Já as substâncias estranhas que induzem a resposta imune adaptativa são conhecidas como antígenos.

            Doses extremamente controladas de organismos causadores de doenças (antígenos) ou as toxinas que produzem, são conhecidas como vacinas. As vacinas fazem com que o sistema de defesa (imunológico) seja estimulado ao ponto de sempre que o tal microrganismo entra no corpo do indivíduo já vacinado, seu sistema de defesa irá combatê-lo até o seu extermínio. Este processo é conhecido como imunização ativa, pois estimula nosso organismo a produzir anticorpos para combater determinado micro-organismo. Isso se deve pela memória imunológica, que é o reconhecimento que o sistema imunológico é capaz de fazer de um organismo que o corpo antes já teve algum contato e após isso inicia a resposta imunológica correspondente à infecção causada.

            As vacinas apresentam alguns subtipos, que podemos classificar em duas categorias, as vacinas do tipo atenuada e a inativada. Estas duas categorias apresentam a distinção quanto a presença do patógeno/ toxina, inativado ou em concentrações inferiores a suficiente para causar uma infecção ou resposta inflamatória no ser humano.

           A  imunização pode ser de maneira passiva, que é através do soro. O soro é composto por anticorpos ou células do sistema imune (linfócitos). E este tipo de imunização não gera memória imunológica, então se você tiver contato novamente com o antígeno, seu organismo não estará preparado para responder sozinho. Um exemplo disso, é quando alguém é picado por algum animal peçonhento, como algumas cobras ou aranhas. Para que a pessoa não morra com o veneno, é preciso administrar o soro (anticorpos já prontos) correspondente àquele tipo de antígeno presente no veneno, o mais rápido possível. Um outro exemplo de transferência passiva de anticorpos é da mãe para o feto durante a gravidez. 

         Portanto, as vacinas são de extrema importância pois, por serem uma maneira de imunização ativa, fazem com que nosso organismo além de desenvolver resposta contra determinado antígeno ou micro-organismo, tenha também memória deste processo. Assim, quando em contato novamente, já temos anticorpos e conseguimos responder e combater a infecção. E além de proteger a si mesmo através da vacinação, você também protege todos ao seu redor pois por não se infectar com a doença, não irá transmiti-la para aqueles ao seu redor. Ajudando assim a diminuir a disseminação da doença.

No âmbito do sistema público de saúde brasileiro, há o Programa Nacional de Imunizações (PNI), criado em 1973 e responsável por distribuir vacinas, além de soros e imunoglobulinas. Somado a isso, é ele quem define os calendários de vacinação considerando a situação epidemiológica, o risco e especificidades das crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e povos indígenas indígenas. O PNI tem objetivo de  normatizar a imunização em nível nacional, sendo o Brasil um dos poucos países no mundo que oferecem de maneira universal e possui destaque na área, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Nessa linha do tempo, disponível no site do Ministério da Saúde, você pode observar as principais informações sobre as vacinas disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Aqui vai uma sugestão de um vídeo super legal que dá uma bela resumida na produção das vacinas:

Exercícios:

1) Sabemos que as vacinas são capazes de estimular a produção de anticorpos pelo corpo, protegendo-nos, portanto, de doenças. Graças a essa capacidade, dizemos que as vacinas garantem-nos:

a) uma imunização passiva.

b) uma imunização imediata.

c) uma imunização prolongada.

d) uma imunização ativa.

e) uma imunização contínua.

2) A Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, instituída pelo Ministério da Saúde do Brasil, vem-se revelando uma das mais abrangentes dirigidas à população dessa faixa etária. Além da vacina contra a gripe, os postos de saúde estão aplicando, também, a vacina contra pneumonia pneumocócica.

É correto afirmar que essas vacinas protegem porque

a) são constituídas de moléculas recombinantes.

b) contêm anticorpos específicos.

c) induzem resposta imunológica.

d) impedem mutações dos patógenos.

3-) (Enem) A vacina, o soro e os antibióticos submetem os organismos a processos biológicos diferentes. Pessoas que viajam para regiões em que ocorrem altas incidências de febre amarela, de picadas de cobras peçonhentas e de leptospirose e querem evitar ou tratar problemas de saúde relacionados a essas ocorrências devem seguir determinadas orientações.

Ao procurar um posto de saúde, um viajante deveria ser orientado por um médico a tomar preventivamente ou como medida de tratamento

a) antibiótico contra o vírus da febre amarela, soro antiofídico caso seja picado por uma cobra e vacina contra a leptospirose.

b) vacina contra o vírus da febre amarela, soro antiofídico caso seja picado por uma cobra e antibiótico caso entre em contato com a Leptospira sp.

c) soro contra o vírus da febre amarela, antibiótico caso seja picado por uma cobra e soro contra toxinas bacterianas.

d) antibiótico ou soro, tanto contra o vírus da febre amarela como para o veneno de cobras, e vacina contra a leptospirose.

e) soro antiofídico e antibiótico contra a Leptospira sp. e vacina contra a febre amarela caso entre em contato com o vírus causador da doença.

Respostas:

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1-) D   

2-) C   

3-) B

Referências

ABBAS, A.l K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 8ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

CARMO, J. P. M. C. O seu incrível Sistema  Imune: Como ele protege seu corpo. EFIS, 4ª edição,  2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/276202949_O_Seu_Incrivel_Sistema_Imune_-_4a_edicao_-_2015

BRASIL ESCOLA. Sistema Imunológico.  Disponível em: https://www.infoescola.com/biologia/sistema-imunologico/

MINISTÉRIO DE SAÚDE. Sobre o programa. Disponível em:

https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/sobre-o-programa