COMO OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA IMPACTAM NA DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA

Comunicação em massa é a disseminação de informação por veículos como rádio, televisão, jornais, revistas e internet. Atualmente, dentre esses veículos citados, a televisão e a internet são os mais comuns, fazendo parte do dia-a-dia de quase todo brasileiro. Com a revolução tecnológica, as pessoas têm acesso à informação em quantidade e velocidade que, muitas vezes, fogem do controle. As fake news são resultados desse crescente acesso à informação. Com o fácil acesso à internet e o uso das redes sociais, cada vez mais as informações são aceitas como verdadeiras e irrefutáveis.

E qual o impacto dessa comunicação de massa no meio científico? Informar vem do verbo latino informar e que significa dar forma, formar, fabricar. Neste sentido, podemos dizer que a notícia é fabricada e é formada a partir de um contexto cultural compreendido e aceito socialmente. Quando a ciência é transformada em notícia e é amplamente divulgada, muitas vezes a informação chega ao receptor sem aprofundamentos ou detalhes teóricoconceituais, impedindo uma compreensão mais completa sobre o assunto e, talvez, gerando uma reprodução equivocada.

Os meios de comunicação utilizam palavras e imagens que possam ser atraentes para o receptor que, por sua vez, pode receber uma mensagem corrompida. Em 1999, a revista Superinteressante fez uma matéria sobre a ovelha Dolly, primeiro mamífero a ser clonado, e o conjunto da matéria – imagens e texto – deixou subentendido que o homem poderia ser clonado em breve. Não é difícil imaginar como essa hipótese, ainda que remota e sem comprovação, tenha causado revolta entre muitos grupos, como os religiosos, por exemplo. Os meios de comunicação tratam os conteúdos científicos de forma genérica e homogeneizada, não deixando espaço para a discussão teórica e, muitas vezes, gerando polêmicas que reforçam a negação da ciência.

Com seus termos e fotografias impactantes, levam ao imaginário da população aquela crença de uma ciência que não está ao nosso alcance e que não entendemos, apenas aceitamos ou, como tem acontecido recorrentemente, negamos. Sabemos que no Brasil os desafios para o desenvolvimento científico e tecnológicos estão cada vez maiores. Cientistas interagem pouco com a sociedade e esta não está inserida em um cenário que encoraja pesquisa e tecnologia.

Este incentivo não existe em nossas escolas, por exemplo, e o diálogo sobre ciência se torna cada vez mais raso. Todavia, ainda temos a possibilidade de buscar informações em fontes confiáveis e não limitar nosso acesso à informação em apenas um veículo.

Referência: PECHULA, Márcia Reami. A ciência nos meios de comunicação de massa: divulgação de conhecimento ou reforço do imaginário social?. Ciênc. educ. (Bauru) [online]. 2007, vol.13, n.2, pp.211-222. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-73132007000200005&script=sci_abstract&tlng=pt

FIGURAS DE LINGUAGEM

Mais informações: https://descomplica.com.br/artigo/o-que-sao-figuras-delinguagem/4Mq/

1. Relacione as figuras de linguagem e suas definições com os exemplos:


I – Prosopopeia: características animadas para seres inanimados ou irracionais.
II – Pleonasmo: repetição de palavras ou ideias. Redundância.
III – Sinestesia: é quando misturamos os cinco sentidos – tato, olfato, audição, visão e paladar.
IV – Hipérbole: exagerar de maneira absurda.
V – Metáfora: comparação implícita.

Exemplos:

a) “sua pele é um pêssego”. ( )
b) “o vento beija meu cabelo, as ondas lambem minhas pernas…” ( )
c) “no silêncio escuro do quarto ela dormia”. ( )
d) “eu já falei isso um milhão de vezes”. ( )
e) “elas têm um elo de ligação”. ( )

2. Leia o texto e escolha a alternativa correta:

As brasileiras que lideraram o sequenciamento do novo coronavírus

Duas cientistas brasileiras tiveram papel essencial no sequenciamento do novo coronavírus, que teve primeiro caso na América Latina confirmado em 26 de fevereiro. Publicado em uma rapidez surpreendente – apenas dois dias após a verificação do primeiro paciente com a doença no Brasil –, o estudo que elas conduziram ao lado de outros pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL), da Universidade de Oxford e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) ajudará epidemiologistas, virologistas e especialistas em saúde pública a desenvolverem vacinas e testes diagnósticos.

(…)
A pesquisa sobre o novo coronavírus de que Ester Sabino e Jaqueline Goes de Jesus participaram determinou a sequência completa do genoma viral encontrado no Brasil, que foi chamado de SARS-CoV-2. Ela foi divulgada no fórum de discussão Virological.org. “Ao sequenciar o genoma do vírus, ficamos mais perto de saber a origem da epidemia”, aponta Sabino.

Embora outros países tenham levado cerca de duas semanas para fazer o sequenciamento do coronavírus, a pesquisa brasileira foi concluída em dois dias; os cientistas já previam que, cedo ou tarde, a doença chegaria aqui.

(Reportagem completa em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/03/brasileiras-que-lideraram-osequenciamento-do-novo-coronavirus.html)

Qual figura de linguagem podemos encontrar no último parágrafo:

a) Paradoxo (oposição de ideias ou palavras que SE EXCLUE)
b) Antítese (oposição de ideias ou expressões que NÃO SE EXCLUEM)
c) Pleonasmo (repetição de palavras ou ideias. Redundância)
d) Hipérbole (exagerar de maneira absurda)
e) Eufemismo (amenização de uma ideia muito forte)

3. Na frase em destaque, qual figura de linguagem encontramos?

Como sociólogo e professor da Universidade Paris 8, Hamza Esmili tem se dedicado a estudar temas como a desigualdade, a radicalização e a marginalização urbana, que são muito recorrentes nos famosos subúrbios de Paris. Ele vive no mais emblemático de todos, Saint-Denis, palco de violentos protestos que acabaram se espalhando pela França em 2005.

a) Sinestesia (quando misturamos os cinco sentidos – tato, olfato, audição, visão e paladar).
b) Antítese (posição de ideias ou expressões que NÃO SE EXCLUEM)
c) Hipérbole (exagerar de maneira absurda)
d) Metáfora (comparação IMPLÍCITA, sem os elementos COMO, QUE NEM, TAL QUAL…)
e) Eufemismo (amenização de uma ideia muito forte)

IMPARCIALIDADE DENTRO DA MÍDIA

O primeiro ponto dentro de tudo isso é entender o que é ser imparcial. Bom, imparcialidade é a neutralidade dentro de um assunto que você se coloca como mediador, porta voz, escritor crítico ou até em posicionamentos em público, então basicamente é não se colocar nem de um lado, nem de outro é o famoso “permanecer em cima do muro”.

Mas vamos analisar a imparcialidade de uma forma mais complexa e mais detalhada. Quando a pessoa se coloca em um local imparcial quer dizer que ela não está começando de lugar nenhum, então é como se você fosse uma folha em branco, sem ideias, sem posição e sem opinião própria, pois só assim você é realmente 100% imparcial, outra coisa muito importante é que não existe 50% de imparcialidade, pois os outros 50% faz muita diferença e é o que faz a imparcialidade não existir dentro desse contexto.

Vamos pensar agora em outra coisa, vocês acham que é possível dentro de qualquer contexto você não falar um pouco sobre o que você pensa? Normalmente quando estamos discutindo algo defendemos o que achamos certo ou que acreditamos que seja verdadeiro para nós e isso é o exato contrário da imparcialidade, se posicionar.

Achar que você consegue se distanciar tanto de você e de tudo que você é para conseguir falar ou escrever algo é praticamente impossível, pois tudo que fazemos e pensamos faz parte da nossa construção cultural, então, por exemplo, não dá para apagar tudo que você aprendeu socialmente de ontem para hoje e isso inclui tudo que você pensa. Nós nunca seremos folhas em branco, pois temos histórias, opiniões e posições sociais e isso faz com que nunca consigamos ser imparciais, porque todos nós partimos de algum lugar. Mesmo que tentemos ser o mais neutro possível, não conseguimos apagar nossa história, nem quem somos. E quando ficamos em cima do muro temos que saber que esse muro já é de alguém, ou seja, ele já tem uma história e saiu de algum lugar.

Isso quer dizer que você deve sempre colocar sua opinião de uma forma explícita em matérias, jornais, entrevistas ou em público? Não, quer dizer que você pode escolher como quer falar e também pode escolher o que precisa falar, mas sempre sabendo que qualquer forma que você usar para falar algo vai ter um pouco de você, mesmo que seja mínimo.

Importante lembrar que sua construção social, seus pensamentos, suas atitudes sempre estarão presentes dentro das suas falas, comportamento e posicionamentos. Você nunca vai deixar de ser quem você é quando está falando de algo e isso é que faz você ser quem você dentro dessa construção de sociedade.

Depois de ler o texto sobre IMPARCIALIDADE responda o que é realmente ser imparcial dentro da estrutura social que vivemos hoje:

A) É conseguir estruturar suas falas de uma forma que você nunca fale o que acha e que você consiga se distanciar totalmente de quem você é.
B) É saber falar muito bem em público e conseguir mascarar tudo o que você acredita.
C) É entender que todos conseguem ficar em cima do muro usando as formas corretas das palavras para não se comprometer.
D) É entender que você nunca conseguirá se distanciar da sua realidade e saber que a imparcialidade total não existe, pois você sempre parte de um lugar.
E) É saber se colocar como neutro dentro de uma situação, escondendo tudo que você acha certo e tudo que toma como verdade, pois ficar em cima do muro é ser imparcial.

REDAÇÃO

Instruções https://prezi.com/view/YTDRixWfObnRRt82Se2l/

Textos Motivadores
Texto 1

Em meio a surto de Sarampo, perfis antivacinas espalham absurdos nas redes Enquanto doença avança 1.034% em um mês em SP, plataformas tentam combater desinformação sobre o assunto Enquanto o poder público faz barulho pelas ruas para incentivar a população a se vacinar contra o sarampo em São Paulo, um movimento trabalha na internet para demonizar o uso de vacinas na prevenção de doenças.

As tentativas de catequizar novos adeptos à corrente antivacinação acontece em meio à explosão em SP no número de casos de sarampo, doença altamente contagiosa. Segundo o balanço mais recente divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado nesta terça-feira (30), 633 pessoas pegaram sarampo em 2019 em São Paulo, sendo que 76% (484) delas ficaram doentes na capital.

Em dois grupos antivacina (ou antivax) no Facebook, cerca de 8 000 pessoas trocam vídeos, reportagens e artigos ditos científicos para defender que as vacinas, na verdade, devem ser tratadas como “veneno” e que “têm capacidade de matar seres humanos”. (Trecho retirado foi publicado no Portal Veja no dia 31 de julho de 2019)

Texto 2
No Vale do Jequitinhonha, localizado no norte de Minas Gerais existem muitos movimentos de populações tradicionais como geraiseiros e quilombolas que possuem formas de subsistência autogestionadas. As cisternas de água tem sido tanto uma alternativa sustentável já que captam as águas da chuva e depois distribuem pela comunidade como uma solução para enfrentar a falta de água no cerrado e sertão mineiro.

[…]
O Indiano Arunachalam Muruganantham inventou uma máquina de fabricação caseira de absorventes. Sua ideia além de diminuir os custos finais da venda de absorventes também levantou o debate sobre o tabu em torno da menstruação. Muitas mulheres em zona rurais na Índia usavam panos no lugar dos absorventes. O problema é que por causa da vergonha (até de seus próprios maridos) esses panos eram escondidos e não tinham a higienização necessária. O tabu misturado com práticas não higiênicas era responsável pela maioria dos casos de esterilidade feminina nas zonas rurais. Muruga além de resolver esse problema, ensinou outras mulheres por mais de 29 estados da Índia produzirem seus próprios absorventes e gerarem rendas para as suas famílias.

(https://gatomidia.com/2019/01/21/gambiarra-a-essencia-da-cultura-maker-no-brasil/)

Texto 3
A ciência é muito mais do que um corpo de conhecimentos. É uma maneira de pensar. A afirmação é fundamental para entender a forma como o cientista enxergava o próprio ofício. Completamente apaixonado pelo que fazia, para ele ciências como a física ou a astronomia não se limitavam a um punhado de fórmulas frias e conceitos abstratos. Muito pelo contrário, eram ferramentas poderosas e fascinantes que nos permitiam sondar o desconhecido, além de expandir nosso entendimento sobre a realidade da maneira mais confiável possível.


[…]
Toda criança começa como uma cientista nata, e então nós arrancamos isso delas. Entre as características que ele valorizava em um cientista e em qualquer outra pessoa estão a curiosidade e a imaginação, traços típicos das crianças. Para o astrônomo, pensar cientificamente era algo como interrogar de forma metódica diversos aspectos da natureza, o que não deixa de ser uma forma de curiosidade aplicada. A respeito da imaginação, ele acreditava ser um dos motores fundamentais do conhecimento humano.

(https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2015/03/12-reflexoes-que-vao-te-introduzir-ao-pensamento-decarl-sagan.html)

Proposta de Redação

A partir dos textos motivadores e também do podcast, temos certeza de que você entendeu o quão importante é a ciência na vida da gente. Como foi dito, nada é desenvolvido do dia para noite, nem por uma única pessoa.

Pelo contrário, o conhecimento é construído por um grupo de pessoas que estudam o mesmo assunto e comprovam (por meio de observação, dados etc.) aquele conhecimento. Isso, geralmente, leva anos ou, até mesmo, décadas.

No entanto, com o rápido e fácil à internet cada vez mais vemos as chamadas fake news, ou seja, notícias falsas que são espalhadas e tomadas como verdades absolutas por milhões de pessoas. Com o bombardeamos de notícias mentirosas pelas redes sociais, muito do que a ciência demorou anos para desenvolver é posto à prova em questão de minutos. Com isso, o impacto na nossa sociedade é gigantesco, como o exemplo da vacinação.


Chega de papo, bora escrever?

Com base nos textos motivadores e também no podcast que você acabou de ouvir, escreva uma dissertação-argumentativa sobre o tema: “Construção de conhecimento e propagação de fake news: como driblar notícias falsas e impulsionar a ciência tanto em regiões centrais quanto periféricas? ”
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender seu ponto de vista. E não se esqueça de apresentar uma proposta de intervenção na sua redação.

Lembre-se de que sua redação deve ter no máximo 30 linhas.
Além disso, como forma de avaliarmos de acordo com os critérios e competências utilizados no ENEM, gostaríamos que você escrevesse sua redação em uma folha de caderno, tirasse uma foto e enviasse para o e-mail redacaocarol2020@gmail.com no máximo até o dia 20.4.2020. Isso porque um texto digitado no computador talvez possa ficar maior do que o tamanho requisitado pelo ENEM e é importante que vocês aprendam a se organizar também em relação ao espaço necessário.