O que é trabalho? Para nós do século XXI é uma atividade que exercemos para ganhar dinheiro e continuar sobrevivendo, mas será que sempre viram o trabalho assim?

Na Grécia Antiga, berço da Filosofia do mundo Ocidental, ter um escravo era fundamental para que a democracia participativa ocorresse. Isso se explica no seguinte: Um homem para estar em todas as reuniões a que foi designado não daria conta de manusear a terra, fazer o comércio e ainda ser um cidadão, que não era uma condição inerente a toda a população. Só foi possível com alguém de baixo custo, como um escravo, por de trás de todo trabalho.

 

A escravidão é o uso compulsório do trabalho alheio

 

Esse escravo não era uma coisa, a mercadoria que comia e falava, ele era uma pessoa que não tinha consciência o suficiente para se auto-guiar. Em “A República”, Aristóteles defende que uns nasceram para governar e outros para serem governados.

 

Importante: Essa escravidão não tinha fundamento racial, era uma situação temporária por um povo que foi dominado pelo outro.

Veja a imagem a baixo:

 

 

Com o colapso do Antigo mundo e a EUROPA caminhando para o feudalismo, uma nova classe surge, pessoas carentes buscam proteção em grande propriedades para abandonar a cidade. Essa proteção era dada em troca do cultivo da terra e o pagamento de taxas.

Não eram escravos e sim servos, a diferença é que se eles quisessem partir podiam a qualquer momento, mas se o dono da terra mudasse tinha o respaldo de continuarem a ser protegidos.

 

1.1 – A América e uma nova concepção de escravo 

Com a descoberta da América o trabalho escravo indígena e negro foram implantados e o enfoque será o Brasil.

No inicio, para explorar a terra tentaram impor o trabalho forçado indígena, porém as disparidades culturais impediram que se concretizasse esse ato.

Com o nordeste prosperando na produção de açúcar se introduziu o trabalho escravo negro.

Ser escravo no Brasil Colônia era sinônimo de ser mercadoria e descartável, justificado pelo fator racial, ou seja, de uma premissa discriminatória onde mesmo alforriado o escravo continuava estigmatizado por causa da cor da pele.

Ao abolir a escravidão em solo tupiniquim o preconceito racial e a marginalização continuaram a tal ponto que o trabalho assalariado foi reservado para estrangeiros brancos. Apesar desses imigrantes brancos em sua maioria que foram para o  campo trabalharam em condições análogas a escravidão. Recebiam um salario que ficava comprometido com grandes dividas do patrão e a impossibilidade de ir e vir.

A industrialização e novas práticas de trabalho

No final do século XIX e inicio do século XX uma nova classe surge a do operário que trabalhava em industrias e com isso migra do campo para a cidade. O trabalho era exaustivo. Um filme que pode dar uma proporção das condições que a atividade laboral era exercida é o filme “As sufragistas (2015)”, que pode ser visto pelo YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=CNp7pmTpEOc (acesso 10/06/2018)

E tem o clássico que vocês são obrigados a verem, mas juro que um dia a gente faz sessão pipoca o nome é  “Tempos Modernos (1936)”: https://www.youtube.com/watch?v=WVK1oHItoWI (acessado em 10/06/2018)

No Brasil esse processo chegou no volta de 1910. A classe operária brasileira não tinha grande diversidade racial tendo em vista que empresas no inicio do século XX davam prioridade de contratação para estrangeiros brancos, mas a classe trabalhadora – leia-se todos que trabalham – era  bem diversa como nessa pintura da Tarsila do Amaral.

Apesar dessas condições os trabalhadores tinham bastante articulação em prol a melhoria de vida e de condição de trabalho. Um filme que pode ser visto como uma representação de organização de trabalho e da vida dos trabalhadores é esse “Eles não usam black-tie (1981)”, o spolier é uma confusão causada por um cara: https://www.youtube.com/watch?v=Uzl2K1bDRog (acessado em 10/06/2018)

O que foi colocado aqui não é metade das representações de trabalho que houveram e que ainda existem.

Referências bibliográficas

BLOCH, Marc: Apologia da História ou o ofício do historiador, Zahar, Rio de Janeiro, 2002.

DUBY, George: História da Vida Privada: da Europa feudal a Renascença, vol. 2, Companhia das Letras, São Paulo, 1990.

FAUSTO, Boris: História do Brasil, 2ª ed, Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.

VEYNE, Paul: História da Vida Privada: Do Império Romano ao ano mil, vol. 1, Companhia das Letras, São Paulo, 1990.